‘Os pais esquecem que a família não é uma democracia’, diz Mario Sergio Cortella

Estão criando crianças soberanas e não autônomas Foto: Ricardo Chicarelli/Estadão

Educador destaca necessidade de exercer autoridade sobre os filhos e não 

transformar desejos em direitos

Entrevista com

Mario Sergio Cortella, professor e filósofo

Isabela Palhares, O Estado de S.Paulo

12 Maio 2017 

SÃO PAULO - “Ele é assim e não há o que fazer”. “No meu tempo era diferente”. Essas frases são comumente ditas por pais ao professor e filósofo Mario Sergio Cortella. Ele lança nesta sexta-feira, 12, o livro Família – Urgências e Turbulências (Cortez Editora, 144 págs., preço sugerido R$ 38) em que aponta a falta de convívio familiar e a dificuldade de exercer autoridade sobre os filhos como as principais falhas nas relações familiares atuais. 

O senhor fala que a atual geração de pais dá “toda voz” às crianças. A falta de tempo faz com que os pais optem por evitar confronto com os filhos?

A falta de tempo é uma das causas. Ela não é exclusiva, mas extremamente significativa. Afinal de contas, quando um casal inicia uma discussão, é preciso ter tempo para levá-la adiante e concluí-la, de modo a não sofrer alguma ruptura. A ausência do tempo de convívio leva a uma rarefação também do tempo de enfrentamento. Eu uso a palavra enfrentamento sem nenhum tipo de pudor. Porque toda relação de educação tem dentro dela um enfrentamento. 

O senhor fala do medo dos pais em confrontar os filhos, de discipliná-los e entristecê-los. Há uma geração de pais com medo de exercer autoridade?

É uma geração que inverteu a relação. Afinal, quando tenho responsabilidade sobre alguém, tenho sempre de lembrar que ela está sob a minha ordenação, está subordinada a mim. Isso não significa que ela seja submissa ou inferior, mas que, do ponto de vista familiar ou legal, tenho responsabilidade por aquele cuidado. A sensação é que os pais se sentem responsáveis para que o filho seja feliz naquela circunstância imediata. É uma felicidade que não é construída e projetada para um aproveitamento mais adiante, é apenas imediata. Há um grande número de pais e mães que enfraqueceram a sua autoridade.

 

A preocupação excessiva de deixar as crianças em situações prazerosas e a dificuldade de imposição de limites as prejudica?

É uma ilusão imaginar que cabe aos adultos fazer com que crianças e jovens estejam o tempo todo se divertindo. Essa perspectiva hedonista, de uma energia movida apenas pela busca contínua do prazer, é muito danosa porque deforma o que temos de formar nas crianças. Uma grande parte dos jovens tem dificuldade de lidar com a recusa dos desejos. Uma parte dos filhos hoje é criada por pais que assimilam a ideia de que os desejos são direitos e, portanto, é preciso corresponder, outorgá-los. Essa condição, em que se procura o tempo todo dar conta dessas necessidades, enfraquece a nova geração. 

Há uma busca muito grande dos pais hoje para oferecer aos filhos o maior número de atividades para que se destaquem. Temos hoje crianças muito estimuladas, mas pouco motivadas?

A motivação parte de dentro e o estímulo vem de fora. Pais precisam ser capazes de estimular a motivação na criança. Esse excessivo agendamento da vida de crianças e jovens, que os deixam quase sem tempo livre, tem uma perspectiva muito mais de preparação para um mundo de combate do que para uma formação densa de valores. Aliás, uma parcela dos adultos usa, em relação aos seus filhos, uma linguagem bélica: “Tenho de preparar meu filho para o combate”, “para a luta da vida”, “para a competição”. Como se a vida fosse uma corrida de 100 meros rasos com barreiras, em que você dispara e cai quase desmaiado no final. Não, a vida é mais como uma maratona. E temos de formar crianças e jovens para essa percepção: a maratona exige situações em que você economiza fôlego, acelera, recua. 

Sempre é possível restabelecer uma boa relação com os filhos?

Claro. O pai que diz não ter alternativa assume a falência da capacidade de ação. Quem tem responsabilidade sobre alguém não pode desistir e, afinal, quem ama não desiste. Há pais que estão criando crianças soberanas e não autônomas. Também esquecem que a família não é uma democracia – um conceito político que se aplica a um conjunto de cidadãos com direitos iguais. Uma família pode ser uma estrutura participativa, mas não democrática. Pais e filhos têm os mesmos direitos no que diz respeito à dignidade humana, mas é preciso exercer autoridade. Dar a mesma autoridade à criança é uma responsabilidade que ela não pode carregar. 

Fonte: http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,os-pais-esquecem-que-a-familia-nao-e-uma-democracia-diz-mario-sergio-cortella,70001775559

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Hipersonia

A hipersonia é um distúrbio do sono que ocorre quando se acorda cansado e mantem-se fadiga todo o dia, mesmo tendo dormido bem durante toda a noite e tendo feitos pequenos cochilos ao longo do dia.

Quem sofre de sono excessivo não tem dificuldade nem para dormir nem para adormecer, porém o fato de dormir bem, não ajuda a recuperar o cansaço físico e mental do dia-a-dia, manifestando-se através de ataques de sono e tirar cochilos involuntários, o que afeta a aprendizagem, a capacidade para trabalhar e dirigir, por exemplo.

A hipersonia tem cura porém é necessário ir no médico especialista do sono, para fazer o tratamento adequado que pode incluir o uso de remédios e adotar estratégias para programar uma boa noite de sono, como planejar as horas de sono, por exemplo.

Principais sintomas da hipersonia

A hipersonia manifesta-se através de sintomas como:

• Dificuldade para acordar, não ouvindo o alarme;
• Dormir durante cerca de 14 horas durante o sono noturno;
• Cansaço e fadiga intensa ao longo do dia;
• Exaustão;
• Tirar cochilos involuntariamente;
• Desorientação e falta de atenção;
• Perda de concentração e memória que afeta o trabalho e a aprendizagem;
• Bocejar constantemente ao longo do dia;
• Irritabilidade.

A hipersonia diminui a atenção, o que pode aumentar as chances de ter acidentes ao dirigir, por exemplo.

Existem vários tipos de hipersonia, sendo a mais frequente a hipersonia primária, também conhecida por idiopática em que os sintomas estão presentes por cerca de 3 meses.

Como é feito o diagnóstico de hipersonia

Quando a sensação de sono exagerado ocorre durante algumas noites ou dias após noites sem um sono tranquilo por causas justificáveis, como para estudar ou trabalhar, não se trata de doença.

Porém, se esta hipersonia se prolongar por mais do que 2 semanas, ela pode ser sintoma de doença e, para confirmar a hipersonia é preciso fazer exames de sangue e exames de imagem como uma tomografia axial computadorizada ou uma ressonância magnética.

Causas da hipersonia

A hipersonia normalmente ocorre quando se passa várias noites mal dormidas, acumulando cansaço excessivo. Também pode ocorrer na síndrome da apneia do sono, síndrome das pernas inquietas e uso de drogas e medicamentos de forma excessiva como ansiolíticos, antidepressivos ou estabilizadores do humor, que têm como principal efeito colateral a sonolência excessiva.

Em alguns casos, caso a hipersonia se prolongar, é necessário ir no especialista do sono para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, porque a hipersonia pode ser confundida com sintomas de doenças como anemia, depressão, diabetes, câncer, encefalite, meningite ou tumor cerebral, por exemplo.

Consequências da hipersonia

A hipersonia prejudica o desempenho na escola e a rentabilidade no trabalho pois afeta a concentração, a memória, a capacidade para planejar e diminui a atenção.

Além disso, a coordenação e a agilidade podem ficar diminuídos o que prejudica a capacidade para dirigir. As relações familiares e sociais, também podem ficar afetadas pela necessidade de estar descansando constantemente.

Como tratar a hipersonia

O tratamento desse distúrbio é feito por meio do uso de estimulantes, antidepressivos e mudanças de alguns hábitos, como determinar horários fixos para dormir, evitar ingerir bebida alcoólica e cafeína, principalmente durante a noite, entre outras.

Deve-se comunicar ao médico qualquer medicamente que estiver sendo utilizado, pois alguns fármacos podem causar sonolência durante o dia ou interferir com a qualidade do sono durante a noite.

Caso a etiologia da hipersônia resida na apneia obstrutiva do sono, o tratamento denominado pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP), pode ser indicado pelo médico. 

Este tratamento consiste no uso de uma máscara sobre o nariz durante o sono, sendo que uma máquina nebulizadora encontra-se conectada à mascara, enviando fluxo contínuo de ar pelas vias nasais, mantendo-as abertas.

Além disso, para viver com a hipersonia é necessário adotar algumas estratégias como utilizar vários despertadores para acordar e programar uma boa noite de sono.

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Elogio X Criança, como fazer!

Durante a educação da criança e do adolescente, os pais devem estar atentos para elogiar o esforço que a criança fez para tentar aprender alguma coisa nova, porque elogiar somente bons resultados pode fazer com que ela só mostre interesse por aquilo que já domina, travando quando se encontra diante de um novo desafio.

Isso acontece porque elogiar apenas o sucesso faz com que a criança tenha medo de tentar atividades mais difíceis, que ela ainda não domina, por medo de falhar e não receber nenhum elogio.

Isso pode se refletir quando a criança só recebe elogios quando faz bem a coreografia do ballet, mas não alcança bons resultados nas aulas de música, por exemplo. Se os pais só enfatizarem como ela é boa no ballet, ela vai achar que nunca será boa nas aulas de música, ficando desmotivada e perdendo seu interesse por estas aulas.

Assim, o ideal é elogiar o seu esforço de tentar aprender, pois isso irá mantê-la motivada para enfrentar novos desafios e desenvolver novas habilidades, se tornando uma criança mais desinibida e mais confiante.

Elogiar o esforço estimula a criança a enfrentar novos desafios

Como elogiar seu filho para que ele seja mais confiante

Para elogiar seu filho de forma que ele seja mais confiante, experimente algumas ações simples no dia a dia, como por exemplo dizer: Muito bem, você está tentando e já chegou até aqui. Agora vamos ver se consegue chegar até ali.

Ao ler um livro, por exemplo, a criança deve ser elogiada pelo esforço de aprender a ler e pelo tempo investido nesta atividade, ao invés de elogiá-la por ter chegado ao fim do livro e saber contar com detalhes toda a história lida.

O mesmo tipo de elogio deve ser feito em relação às notas na escola, ao esporte praticado e à pequenas habilidades do dia a dia, como se vestir sozinha, arrumar o quarto ou comer frutas e legumes, por exemplo.

O importante é fazer pequenos elogios durante o passo a passo e se a criança ficar triste por não chegar ao objetivo final, diga: Muito bem! Por hoje está bom, você já fez o que podia e realmente é muito difícil chegar até aqui. Agora vamos ver se amanhã conseguiremos fazer ainda mais.

Como elogiar o comportamento

Além das atividades que seu filho faz, também é importante elogiar seus bons comportamentos. Assim, para estimular a educação e o crescimento pessoal, a família deve elogiar quando a criança é gentil e educada com alguém, quando é generosa ou quando favorece o próximo ao invés de si própria.

Outro ponto importante é elogiar quando ela aceitar um “não” sem fazer birra ou chorar, para entender que os “nãos” fazem parte da vida e devem ser enfrentados de forma madura.

Quando elogiar a criança

Como presentear uma conquista

É comum os pais darem doces, brinquedos ou idas ao cinema após uma conquista do filho, mas isso não deve se tornar rotina, pois a criança precisa aprender a enfrentar os desafios para o seu próprio crescimento, e não apenas para ganhar um novo presente.

Reforçar uma atitude com recompensas é uma boa forma de estimular a criança, mas tanto o presente quanto o elogio devem ser dados apenas diante de uma verdadeira conquista, quando a criança realmente teve que se esforçar para obter um bom resultado. O que se pode fazer para valorizar cada conquista é verbalizar a sua alegria pelo esforço do seu filho, com um sorriso e um abraço para que ele perceba que mais importante que os presentes é a presença de pessoas queridas à nossa volta.

Brincar com os filhos torna-os mais Inteligentes

Brincar com os filhos torna-os mais seguros, confiantes e inteligentes, além de deixá-los mais felizes, imaginativos e tolerantes. Mas os benefícios não são somente estes, também incluem:

• Aumentar a autoestima da criança e melhorar as relações familiares;
• Promover a sensação de segurança;
• Promover um maior controle emocional;
• Aumentar a criatividade e o rendimento escolar;
• Aumentar as chances de sociabilidade, competência social e popularidade;
• Potencializar as atividades infantis.

Brincar é importante para crianças de todas as idades e é preciso ter atenção e escolher brincadeiras que estimulam a inteligência e a capacidade cognitiva e intelectual da criança e que, ao mesmo tempo, a criança gosta e se sinta bem.

Brincadeiras que estimulam a inteligência da criança

Algumas brincadeiras que ajudam a estimular a inteligência, a capacidade cognitiva e intelectual da criança, o raciocínio e a capacidade de concentração incluem:

• Xadrez;
• Jogo das damas;
• Palavras cruzadas;
• Criptogramas;
• Jogo das palavras: em uma folha colocar várias categorias como nomes, países, cidades, objetos, animais, plantas e cores e depois, escolher uma letra do alfabeto e tentar preencher todas categorias no mínimo tempo possível;
• Puzzles;
• Construção de legos;
• Jogo das escondidas: o pai ou a mãe esconde algum objeto e depois dá pistas à criança sobre o local onde está escondido o objeto, por exemplo: se o objeto está escondido no frigorífico, é muito provável que ela descubra rapidamente onde está se der a pista que o objeto está num local frio, por isso, deve-se dar pistas como, por exemplo, o objeto está num sítio onde tu vais todos os dias de manhã.

Brincadeiras como estas devem ser feitas todos os dias, bastando apenas de 15 a 30 minutos diários para que a inteligência da criança seja estimulada.

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