O Câncer da Pele é o tipo mais comum de câncer que afeta os seres humanos e corresponde a quase um terço dos casos de câncer registrados no Brasil. Os tumores malignos da pele são divididos em dois grupos: melanoma e não-melanoma.
Tumores do tipo não-melanoma representam 95% dos casos registrados, sendo que os dois mais comuns são o Carcinoma Basocelular e o Carcinoma Escamo celular. Apesar do alto índice de incidência, estes tumores apresentam probabilidade alta de serem curados quando detectados precocemente.
O Melanoma, tumor menos frequente entre os principais tipos de câncer de pele, por outro lado, geralmente apresenta comportamento mais agressivo, com elevada taxa de mortalidade.
A radiação ultravioleta solar é a principal responsável pelo desenvolvimento dos tumores malignos da pele, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol. Por isso, a proteção solar adequada desde a infância é essencial para a prevenção.
Além do médico dermatologista, o paciente também tem papel fundamental no rastreamento do câncer de pele. É preciso examinar as pintas e manchas espalhadas pelo corpo frequentemente. Ao detectar algo suspeito, o dermatologista deverá analisar a região à procura de sinais característicos de algum dos tipos de câncer de pele.
Tipos
Existem diversos tipo de câncer de pele, mas são os três tipos principais que merecem mais atenção da população em geral. Veja abaixo em detalhes em quais aspectos eles se diferenciam.
Carcinoma basocelular (CBC): O carcinoma basocelular tem origem nas células basais da epiderme e representa cerca de 75% dos casos de câncer de pele. É mais comum em pessoas de meia-idade e idosos e geralmente aparece em áreas muito expostas ao sol, como o rosto e o pescoço. Como o hábito de tomar sol e ir à praia por longos períodos se popularizou nas últimas décadas, esse tipo de câncer tem aparecido em pessoas cada vez mais jovens. O carcinoma basocelular se desenvolve lentamente e dificilmente se espalha para outras áreas do corpo, mas exige tratamento mesmo assim. Entre 35% e 50% das pessoas que tiveram esse câncer de pele vão ter outro num prazo de 5 anos após o diagnóstico. Isso significa que quem já teve câncer de pele tem de fazer um acompanhamento permanente. As lesões são caracterizadas pelo lento crescimento e a baixa capacidade de cicatrização, podendo sangrar e coçar ou serem assintomáticas. Costuma apresentar-se com uma coloração rosada ou translúcida, podendo formar uma crosta em sua superfície. É possível que as lesões do carcinoma basocelular sejam semelhantes a outras não cancerígenas. Por isso, será necessária uma avaliação metódica para o diagnóstico e tratamento apropriado.
Carcinoma escamo celular (CEC): O carcinoma escamo celular tem origem na camada mais externa da epiderme e responde por cerca de 20% do total de casos. Geralmente aparece no rosto, orelha, lábios, pescoço e no dorso da mão. Pode também surgir de cicatrizes antigas ou feridas crônicas da pele em qualquer parte do corpo e até nos órgãos genitais. Carcinomas espinocelulares têm risco maior que os baso celulares de invadir o camadas profundas e atingir os linfonodos (gânglios linfáticos) e outros órgãos. Normalmente, o carcinoma espinocelular tem coloração avermelhada, e apresenta‐se na forma de feridas que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Podem ter aparência similar a das verrugas também. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto através de avaliação clínica e biópsia, quando necessário.
Melanoma: O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem a melanina, pigmento responsável pela coloração da pele. É o câncer de pele que tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade, entretanto, as chances de cura podem ultrapassar 90% quando a doença é detectada precocemente. O melanoma é caracterizado por uma pinta ou um sinal na pele com tom acastanhado ou enegrecido, que muda de cor, de formato ou de tamanho ao longo do tempo. Estando nos estágio iniciais, o melanoma é superficial, apresentando remoção e cura facilitadas. Ao chegar aos estágios mais avançados a lesão se aprofunda, elevando o risco de metástases e dificultando o tratamento. Sendo o fator hereditário muito importante, pacientes com histórico familiar devem procurar um dermatologista e fazer exames preventivos regulares. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.
O autoexame é uma etapa importante para que as chances de cura do melanoma sejam altas. Confira abaixo:
Autoexame
Para identificar o câncer de pele, é preciso ter atenção. Na maioria das vezes, as manchas parecem inofensivas e semelhantes à lesões simples, antes de começarem a se expandir e se aprofundarem nas camadas da pele. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. É importante estar sempre atento aos seguintes sinais e sintomas:
Uma lesão elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rosada ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna‐se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
Uma mancha ou ferida que não cicatriza e que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento. A seguir, confira o procedimento ABCDE que auxilia o paciente a avaliar a probabilidade das manchas serem cancerígenas ou não:
Identificação da doença
Ao fazer o autoexame e identificar manchas suspeitas, é hora de ir até o médico dermatologista para que ele possa avaliar se a pinta ou uma ferida pode ser suspeita de câncer de pele.
Tratamentos
Algumas técnicas não cirúrgicas ou menos invasivas podem ser indicadas para tumores de menor risco. Porém, a excisão cirúrgica continua sendo o alicerce principal do tratamento. A cirurgia, além de ser mais precisa, permite a remoção segura do tumor. Durante o procedimento, após extrair o tumor, o material é analisado para verificar se todo o tecido doente foi removido. Com o advento de técnicas mais avançadas, como a Cirurgia Micrográfica de Mohs, a remoção de alguns tumores malignos da pele se tornou ainda mais eficaz e segura, atingindo taxas de cura elevadas (95 a 99%). Independente da agressividade do tumor, o tratamento do câncer de pele sempre será mais fácil quando for detectado precocemente.
O câncer de pele é perigoso para todos, saber qual faixa etária e sexo é mais propenso a desenvolver a doença ajuda tanto o paciente quanto o médico a tomar atitudes preventivas contra a doença.
Inúmeras pesquisas ajudam a manter esses dados atualizados e mostra o acompanhamento da evolução desse cenário. Aqui no blog comentamos sobre o risco do câncer de pele em crianças e as chances de desenvolver a doença nos seis fototipos da pele.
No geral, os diferentes tipos de câncer de pele costumam se desenvolver em pessoas acima dos quarenta anos, sendo a maioria de homens. A explicação para o surgimento da doença em idade avançada é porque os danos causados pelo sol são acumulativos.
Porém, esse fator não é regra. É cada vez mais comum o câncer de pele em pessoas jovens, principalmente adolescentes. Nesse cenário, o número de pessoas jovens com a doença tem aumentado devido à falta de informação e hábitos preventivos ao saírem de casa (como ir à praia e parques).
Já o caso dos homens serem os mais afetados pela doença pode ser explicado pela falta de costume de usarem protetor solar e o excesso de exposição aos raios solares. Uma recente pesquisa feita na França mostrou que homens com menos de 20 e mais de 64 anos estão mais propensos a desenvolver o câncer de pele por conta da falta de hábitos preventivos.
A mesma pesquisa também mostrou que mulheres na mesma faixa etária possuem amplos conhecimentos e, portanto, estão mais protegidas da doença, resultando em uma taxa de mortalidade maior entre os homens e que não para de crescer, enquanto a mortalidade da doença entre as mulheres desacelera e se estabiliza.
Mas não é apenas de hábitos que se mede as chances de desenvolver o câncer de pele. O surgimento da doença depende de outros fatores como histórico familiar, cor da pele, predisposição genética e até mesmo o hábito de fumar cigarros.
Cuidados com a pele
Proteger-se dos raios solares é mais simples do que parece, ações simples feitas diariamente são decisivas para diminuir os riscos de desenvolver o câncer de pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que as seguintes medidas de proteção sejam adotadas:
- Usar chapéus, camisetas e protetores solares.
- Evitar a exposição solar desnecessária entre as 10 e 16h.
- Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.
- Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
- Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
- Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
- Os sinais exatos e sintomas do Câncer podem variar. Como regra geral, você deve sempre consultar o seu médico se você suspeitar que algo não está certo.Compartilhe com um Amigo!
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