Não existe família perfeita, existe família bem sucedida. Existe a família real! A família real é um paradoxo. É constituída de virtudes, contradições e angústias. Ela aprende a viver bem pelo processo de superação cotidiano e contínuo de suas rachaduras e ambigüidades.
O mal é comum a todas as famílias, que enfrentam problemas
comuns, e que vencem ou perdem as batalhas em conflitos de caráter comum e
ordinário.
Qual é o segredo de famílias eficazes? Existe algum segredo?
Eu não chamaria de segredo. Chamaria de princípios. Existem
princípios que conduzem a uma vida familiar saudável e explicam a razão do seu
fracasso. Proponho-me a definir que uma família bem sucedida é o resultado de
uma vida espiritual saudável. Se quisermos falar de uma fórmula, ela se encontra
na autêntica espiritualidade cristã. Não há como uma família viver os
princípios cristãos e não ser saudável e eficaz na sua existência. É sucesso
garantido!
É bom compreendermos que sucesso, saúde e eficácia são
diferentes de felicidade. Não existe felicidade familiar, se pensarmos que ela
significa ausência de conflitos, de discussões, mágoas, ressentimentos,
distanciamentos, frustrações, tristezas e tribulações.
Porém, se entendermos felicidade como os vários momentos de
alegria que uma família bem ajustada experimenta como resultados dos valores
que pratica, então podem falar de felicidade na família. Os valores e
princípios cristãos normais possuem condições apropriadas para capacitar
qualquer família a superar seus conflitos comuns e alcançar qualidade em sua
dinâmica existencial diária.
‘‘
sua bondade, justiça e Se formos capazes de imitarmos a Deus em misericórdia, seremos indubitavelmente, uma
família de sucesso, saudável e eficaz”
Se formos capazes de perdoar sempre, de andar a segunda
milha, dar a outra face, de amar a quem nos fere, de fazer o bem a todos, de
sermos humildes, mansos e misericordiosos; de sermos honestos e fiéis,
cuidadosos no falar, confiáveis, de nos reconciliarmos sempre e com urgência
após nossos conflitos, de nos aceitarmos como somos sem julgamentos, de
tratarmos os outros como gostaríamos de ser tratados; enfim, se formos capazes
de imitarmos a Deus em sua bondade, justiça e misericórdia, seremos
indubitavelmente, uma família de sucesso, saudável e eficaz.
Talvez pensemos que, obviamente, se tivermos todos esses
predicados, seremos de fato uma família de qualidade. Mas a questão é, que
família vive assim?
A resposta é: a família verdadeiramente cristã! Esta lista de
virtudes são as marcas que Jesus delineou como características distintivas de
todos os seus discípulos, no famoso Sermão do Monte! Pelo poder do Espírito
Santo que habita em nós, somos capacitados a praticar todas essas virtudes.
Sendo assim, é a qualidade da vida espiritual que praticamos que está em
cheque.
Precisamos rever a compreensão que temos da espiritualidade
cristã. Em linhas gerais, ela pode ser entendida como uma profunda experiência
de comunhão com Cristo, desenvolvida por meio de várias disciplinas espirituais,
a saber, oração, estudo e compreensão da palavra de Deus, e o exercício dos
dons espirituais na dinâmica das relações interpessoais na comunidade cristã.
Ela sempre se manifestará num processo permanente de
obediência radical, incluindo a possibilidade de deslizes, falhas, desacertos e
pecados não intencionais, (e até, ocasionalmente, de pecados intencionais,
infelizmente).
Ela priorizará o cultivo de um coração contrito, na experiência
da iniciativa de arrependimento, de reconciliações, reparações, restituições,
de consertos e na retomada cíclica da vida do discipulado sob o emblema da cruz
e da graça de Cristo.
A espiritualidade cristã pode ser muito mais do que isso,
mais jamais menos! Karl Barth afirma no seu comentário do livro de Romanos:
“Graça significa que menos que tudo não é suficiente. A graça
é inimiga de todos os arranjos.”
Viver sob o emblema da cruz e da graça
significa não negociar com o pecado. Implica a não aceitação da mediocridade de
uma vida rasteira e incoerente.
“Exortação é fazer a Graça valer como
exigência.”
Sob a verdadeira Graça não há arranjos, negociações e nem
justificativas.
Sob a Graça, o discipulado não é opcional.
Sob a Graça a
espiritualidade acontece em todo o seu esplendor, mesmo sob as terríveis
condições alienantes e contraditórias da existência.
É de Barth também a
afirmação de que “se Jesus está em nós o mundo não está abandonado”.
Essa é a
razão maior que explica o porquê de a espiritualidade cristã ser capaz de
revolucionar a vida familiar e o mundo. Cristo está vivendo em nós, e se isso é
verdade, a família jamais estará abandonada!
A verdadeira espiritualidade
consiste em se experimentar a capacitação divina da presença de Cristo vivendo
através de cada um de nós.
Se Cristo vive em nós, nossa
família será saudável e terá qualidade. A fórmula da família eficaz é a da vida
que vive reproduzindo Cristo na dinâmica da vida diária, porque vive nele, sob
sua presença, orientação e controle. Não tem como dar errado.
fonte:http://batistasparana.org.br/midia/revista-juntos/
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