terça-feira, 31 de outubro de 2017

Depressão em adolescentes


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A depressão, quando acomete adolescentes, repercute em suas vidas como um todo, seja na escola, em casa e com seus amigos e colegas. O grau com que isto acontece pode variar, assim como as consequências.


As manifestações da depressão incluem:

Distúrbios emocionais

  • Perda de autoestima; necessidade frequente de palavras reconfortantes e de confirmação para seus atos.
  • Tristeza, acompanhada ou não de crises de choro sem motivo aparente.
  • Autocrítica exagerada e sentimento de culpa, inclusive para eventos ocorridos no passado; sensibilidade exacerbada a situações consideradas como de rejeição.
  • Sensação de vazio.
  • Alterações de comportamento manifestadas por irritabilidade, impaciência e perda de interesse em atividades cotidianas, incluindo as prazerosas, tanto no círculo familiar, como entre os colegas e amigos.
  • Dificuldade de concentração e de memória.
  • Sentimento crescente de que a vida não vale a pena; visão pessimista e desoladora do futuro.
  • Morte como um tema de pensamento frequente; ideação suicida.

Comportamentos que devem chamar a atenção:

  • Insônia, ou sono excessivo.
  • Perda de apetite com emagrecimento, ou excesso de apetite e ganho de peso.
  • Sensação de cansaço e de falta de energia para atividades.
  • Queixas frequentes de dores de cabeça ou no corpo sem explicação aparente.
  • Lentidão no pensar, no falar e no agir.
  • Inquietude e agitação, com dificuldade de concentração.
  • Absenteísmo e queda do desempenho escolar.
  • Uso de álcool e/ou drogas.
  • Isolamento social.
  • Aparência descuidada, aspecto desleixado.
  • Comportamento agressivo, disruptivo ou de risco; ações teatrais, como se estivesse representando algo.
  • Autoagressão: cortes, queimaduras, piercing ou tatuagens excessivas.
  • Planos ou tentativas suicidas.

Quando procurar ajuda

Os limites entre saúde e doença são tênues. O que é apenas um comportamento inadequado e o que passou deste ponto e é manifestação da doença depressiva, é delicado e pode ter consequências que passam pela omissão, chegando até a ações e rotulagens muitas vezes inadequadas e inconvenientes.
Pais, familiares, professores, amigos, ou outras pessoas que são próximas ao adolescente devem conversar com o jovem quando comportamentos e/ou sentimentos considerados não usuais começam a aparecer. O diálogo terá como objetivo a distinção entre saber se o que está acontecendo é algo manejável pelo jovem e pelas pessoas que lhe são próximas, ou se já chegou o momento de procurar por pessoas e/ou instituições especializadas. Caso sejam percebidas repercussões na vida pessoal, acadêmica, familiar ou social, um profissional de saúde mental, psicólogo ou psiquiatra, devem ser consultados. É importante enfatizar que a percepção da gravidade do problema e a busca por ajuda pode partir do próprio adolescente.

Quando a ajuda é urgente

Ideação ou tentativa de suicídio devem levar à busca de auxílio imediato. Comentários não devem ser ignorados, mas sempre seguidos rapidamente por ações que incluam:
  • Contato com telefones e/ou redes sociais de apoio a suicidas;
  • Busca por profissionais de saúde, médicos, psicólogos, por telefone, diretamente nos consultórios, ou nos serviços de urgência;
  • Auxílio de amigos e familiares;
  • Apoio de líderes religiosos ou espirituais aos quais o jovem esteja ligado de alguma forma.
Cuidados devem ser tomados para não deixar o jovem sozinho nestes momentos.

Causas de depressão

Embora não completamente elucidadas, algumas das causas e fatores de risco incluem:
  • Distúrbios metabólicos incluindo aqueles envolvendo neurotransmissores e hormônios.
  • Problemas emocionais ou físicos em algum momento da vida; assédios; problemas familiares envolvendo ou não mortes, perdas e separações.
  • História familiar de depressão.
  • Aparecimento de padrões negativos de pensamento.
  • Condições de saúde, incluindo doenças crônicas, obesidade, deficiência física.
  • Dificuldades escolares, ligadas ao desempenho escolar, ou ao ambiente social com amigos e colegas.
  • Bullying; abusos sexuais.
  • Transtornos da atenção e hiperatividade, bulimia, anorexia nervosa, traços depressivos de personalidade e outras entidades psicológicas ou psiquiátricas.
  • Abuso ou dependência de drogas.
  • Transtornos relacionados à sexualidade.

Consequências

Depressão não tratada leva a sofrimento e a problemas comportamentais que podem ter consequências graves como:
  • Conflitos sociais e familiares;
  • Mal desempenho acadêmico;
  • Abuso de álcool e drogas;
  • Problemas de ordem judicial;
  • Suicídio.

Estimativa da OMS indica que a depressão atinge até 13% dos adolescentes entre 10 e 19 anos de idade.


Famílias bem estruturadas e que oferecem suporte aos filhos conseguem atenuar os efeitos de eventos estressantes, que podem desencadear quadros depressivos nos adolescentes.


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