terça-feira, 6 de setembro de 2016

A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado.


 Provérbios 11.25: A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado.
De tão acostumados que estamos a associar presentemente, a palavra prosperidade a conquistas materiais, em razão, sobretudo da práxis teológica que a ensina num grande número de igrejas, tanto quanto é ensinado no mundo, já que a pessoa que é considerada vitoriosa e bem-sucedida na vida é aquela que tem acumulado muitos bens terrenos; não conseguimos vislumbrar de modo adequado, qual é o uso que o sábio faz da mesma nas Escrituras.
Prosperidade, não apenas nos Provérbios como em todos os demais livros da Bíblia, aponta para aquela condição abençoada de se estar debaixo do cuidado e aprovação de Deus, independentemente das circunstâncias em que estejamos vivendo, sejam elas agradáveis ou não.
Mesmo estando numa prisão egípcia, poder-se-ia dizer de José que era próspero para com Deus, pois estava cumprindo exatamente o desígnio divino para sua vida, ao viver de modo reto debaixo da injustiça que estava sofrendo.
Isto pode ser dito do apóstolo Paulo em suas prisões, e de todos os mártires que forem perseguidos por causa do seu amor a Cristo e ao evangelho.
Aqui se fala de prosperidade da alma, e não do corpo. É importante o uso da palavra hebraica “nefesh” neste texto de provérbios, pois indica mais claramente a que tipo de prosperidade seu autor está se referindo – a da alma – e não há alma que prospere aparte da comunhão com Deus.
A causa apontada para a prosperidade é a generosidade. Não o exercício da fé para alcançar resultados, ou a observância de qualquer cerimônia ou prática religiosa para que seja alcançada.
A alma generosa é aquela que busca compartilhar com outros, aquilo que tem recebido de Deus. É aquela que dá testemunho da salvação e da graça que tem possuído da parte de Cristo.
A razão disto é porque é impulsionada pelo amor de Deus, por meio do Espírito Santo que nela habita, cujo ministério é o de dar testemunho da vida e salvação que há em nosso Senhor Jesus Cristo.
Ele pode regar outros com a graça, porque não cessa de ser regado por Deus sobre a sua própria vida, pela sua disposição em compartilhar a vida abençoada que tem recebido com outros.
É importante que se frise que geralmente isto é feito no meio de muita tribulação e oposição dos espíritos das trevas, conforme podemos ver no testemunho de todos os apóstolos na Bíblia, e na vida daqueles que foram mais operosos na história da Igreja.
Em razão disso, não é por este tipo de prosperidade que está interessado, um grande número de religiosos de nossos dias.
Eles querem a rosa, mas sem os espinhos que protegem a flor. Eles querem a semeadura, mas sem as lágrimas. Porém, eles sempre se acharão associados enquanto estivermos neste mundo de trevas em que vivemos.
Os que espalham a graça são generosos em fazê-lo com abundância, pois sabem que assim como o conhecimento não ocupa espaço, e os pensamentos não se esgotam quanto mais são exercidos, de igual forma, a graça que é usada por amor a Cristo faz com que recebamos mais graças, e não há limite para as bênçãos que nos são concedidas por Deus.

Pr Silvio Dutra

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