sexta-feira, 4 de novembro de 2016

DRGE - Doença do Refluxo Gastresofágico

No Brasil, 24 milhões têm refluxo gastresofágico e muitos não sabem identificar; sem tratamento, pode evoluir para câncer

Mais de 20% dos brasileiros têm refluxo gastresofágico. Os sintomas mais clássicos do problema são a azia e a queimação, mas há alguns outros que poucos relacionam ao desconforto. A sensação de bola na garganta, por exemplo, é um sinal da doença. A dificuldade de engolir – já que o esôfago parece que fica mais apertado – é outro.

Incômodo todos sabe que é. Mas as conseqüências do refluxo podem ser ainda mais sérias. Sem cuidado adequado, as paredes do esôfago podem ficar tão agredidas que o tecido é substituído por outro, o que aumenta as chances de câncer. Essa mutação do tecido esofágico chama-se esôfago de Barret e o tratamento costuma ser medicamentoso.

Para que o quadro não evolua a esse ponto, alguns cuidados são importantes: não se deitar imediatamente após comer, por exemplo, ajuda a evitar que o ácido do estômago retorne pelo esôfago. O ideal é esperar ao menos duas horas para dormir. Para outras pessoas, pode ser necessário elevar a cabeceira da cama, para que o esôfago fique mais alto do que o estômago.

O número de pacientes com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é cada vez maior nos últimos anos. Principalmente devido aos maus hábitos alimentares e ao aumento de pessoas acima do peso ou obesas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estima-se que de 10-15% da população ocidental apresente a doença e 5% dos orientais sofram de DRGE. No Brasil, não há dados precisos sobre a prevalência da doença.

A DRGE ocorre quando o conteúdo gástrico sobre para o esôfago por falhas no tônus do esfíncter inferior esofágico. Alimentação inadequada, estresse, tabagismo, consumo de álcool e sobrepeso são alguns dos fatores que desencadeiam a doença. Pacientes diabéticos, mulheres grávidas e pacientes obesos apresentam risco aumentado da doença.

Os sintomas incluem queimação, dor no peito, falta de ar e chiado.
O diagnóstico é feito por um médico especialista que pode pedir alguns exames, como pHmetria, cintilografia, raio-X e endoscopia digestiva alta.

Algumas complicações apresentadas são a esofagite e o esôfago de Barret, condição essa que aumenta o risco de câncer.

Os tratamentos se baseiam no uso de medicamentos que diminuem a quantidade de ácido produzida, como antiácidos, inibidores de receptores de histamina e inibidores de bomba de prótons. Além disso, pró-cinéticos são úteis no tratamento.

Algumas plantas medicinais como a camomila e o alcaçuz bem como medicamentos homeopáticos podem auxiliar no tratamento.

É importante que o paciente siga uma alimentação correta e adequada, reduza o tabagismo e consumo de álcool, mantenha um peso saudável e reduza o estresse para que evite os episódios de DRGE.

Perguntas e Respostas
“Tenho mau hálito fora do normal, chega a sair pela respirçao de tão forte o odor. Já não sei mas o que fazer meu convívio social é péssimo. Eu tenho gastrite e cheguei a pensar que é por isso. Nome da gastrite que tenho é esofagite grau 1 – savary miller, gastrite enantematosa intensa de antro. Esse tipo pode causa mau hálito?”

Resposta do farmacêutico (por Adriana Sumi)
A gastrite, a esofagite e a Doença do Refluxo Gastroesofágico – DRGE (que talvez você também tenha), podem causar o mau hálito tanto devido a bactérias que causam a gastrite, como também possíveis infecções decorrentes da DRGE e esofagite. O aumento do mau hálito pode ser um sinal de piora do quadro ou uma infecção, que merece ser investigada.

Outros problemas de saúde, como problemas dentários, sinusites, problemas na cavidade bucal, também podem ser a causa do mau hálito.

Para um tratamento efetivo contra o mau hálito é necessário identificar e tratar adequadamente a causa do mau hálito, pois outros tratamentos paliativos não irão resolver o problema, apenas amenizar o odor momentaneamente. Além dos problemas sociais, o mau hálito pode ser um sinal de um problema de saúde.

Recomendamos que procure um gastroenterologista para verificar o melhor tratamento para o seu caso.

Definição DRGE

A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) é uma doença caracterizada pelo retorno do suco gástrico ácido para o esôfago, causando lesão à mucosa esofágica. Os machucados causados na mucosa do esôfago são responsáveis pela esofagite. A azia é a sensação de queimação causada por esse retorno do ácido gástrico.
De acordo com o diagnóstico da DRGE esta pode assumir diversas classificações, como refluxo fisiológico, refluxo ortostático, refluxo supino e refluxo combinado.

Estatísticas DRGE

A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) tem distribuição mundial. Estima-se que nos Estados Unidos de 4-9% da população sofra da DRGE. A pirose, ou azia, é um dos principais sintomas apresentados pelos pacientes com a doença e a detecção desse sintoma é aceita como marcador da doença. Estatísticas mostram que de 20-40% das pessoas apresentam sintomas de pirose. Mas nem todos que têm pirose ou azia apresentam DRGE. Dessa população, de 20-40% apresentam a doença do refluxo.
No Brasil faltam dados precisos com relação à incidência de pirose e DRGE. Um estudo feito por Oliveira e colaboradores detectou que sintomas de pirose ou amargor na boca estavam presentes em 31,3% da população de Pelotas, Rio Grande do Sul. Uma revisão da literatura médica apontou que os estudos mostram que a prevalência da doença é de 10-15% no mundo ocidental e 5% no oriente.

A DRGE pode acontecer em todas as idades, sendo mais freqüente em pessoas acima dos 40 anos de idade, atingindo tanto homens quanto mulheres.



Causas DRGE 

Causas Doença do Refluxo Gastresofágico 

A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) é causada pelo retorno constante do conteúdo gástrico ácido do estômago para o esôfago. Ao final do esôfago há um anel muscular, denominado esfíncter esofagiano, que se fecha para que o conteúdo gástrico não retorne. Entretanto, quando esse esfíncter não se fecha totalmente ou está anormalmente relaxado, o conteúdo ácido pode retornar e lesionar a mucosa esofágica. 
O retorno constante desse conteúdo caracteriza a DRGE. Essa condição piora quando a pessoa se dobra ou está deitada. 
Além disso, alguns fatores podem piorar esse relaxamento anormal do esfíncter, como tabagismo, diabetes,asma,obesidade, síndrome de Zollinger-Ellison, desordens no tecido conjuntivo como escleroderma, dentre outros. Há também fatores (ler Grupos de risco) que levam à produção exagerada de ácido pelo estômago, como alimentação inadequada, consumo de frutas cítricas e café. 
Grupos de risco Doença do Refluxo Gastresofágico 
Alguns fatores de risco podem contribuir para o aparecimento da Doença do Refluxo Gastresofágico. 
Dentre eles, a alimentação figura como uma das mais importantes. Pacientes com alimentação inadequada compõem um grupo de risco para a doença. Alguns alimentos que devem ser evitados são: 

– Frutas cítricas 
– Café 
– Comidas gordurosas e frituras 
– Condimentos e molhos 
– Pimentas e pimentões 
– Vinagre 
– Refrigerantes 

Além desses alimentos, alguns grupos específicos apresentam risco aumentado de refluxo. Dentre eles, podemos destacar: 

– Pacientes diabéticos 
– Pacientes obesos 
– Pacientes com escleroderma (uma doença do tecido conjuntivo) 
– Pacientes com síndrome de Zollinger-Ellison 
– Pacientes com hérnia de hiato 
– Pacientes com demora no esvaziamento gástrico 
– Mulheres grávidas 

Sintomas DRGE 

Os sintomas da Doença do Refluxo Gastresofágico são caracterizados pelo retorno do conteúdo ácido e lesão na mucosa do esôfago. Dentre eles, podemos citar:

– Sensação de queimação no peito (azia), por vezes se espalhando pela garganta. 
– Gosto amargo na boca. 
– Dor no peito. 
– Tosse seca. 
– Dor de garganta com inflamação. 
– Regurgitação. 
– Sensação de algo entalado na garganta. 
– Engasgo constante. 
– Falta de ar com chiado no peito. 


Em crianças, o refluxo pode acontecer com devolução do conteúdo da mamada, o que pode ocasionar engasgos, choro, sono repetido e predisposição a infecções do trato respiratório superior. 
A DRGE pode ser assintomática, ou seja, sem sintomas. 
O suco gástrico também pode entrar nos pulmões, o que pode levar à asma, bronquite ou pneumonia. 
O refluxo gastresofágico manifesta principalmente à noite após o jantar. 

Diagnóstico DRGE 

O médico fará uma investigação clínica sobre os sintomas apresentados pelo paciente. Se você possui azia e queimação constante que piora quando deitado ou em posição dobrada, procure um médico para que ele possa fazer os exames adequados.
Na maioria dos casos o diagnóstico de DRGE é obtido após uma descrição dos sintomas do paciente. 
Dentre esses exames, podemos citar: 

– Endoscopia digestiva alta (EDA): esse teste permite avaliar o estado da mucosa e anatomia interna do esôfago, além de permitir a biópsia. Esse exame fornece resultados que permite a classificação da esofagite (pelo critério de Savari-Miller e de Los Angeles) e outras condições associadas à doença. 
– Biópsia e exames de citologia: permite avaliar a histologia, ou seja, o estado do tecido do esôfago. 
– Raio-X da parte superior do sistema digestório: nesse exame, o paciente ingere uma solução de bário que permite que o médico veja, no raio-X, toda a silhueta e contorno do estômago, esôfago e duodeno. 
– Manometria: nesse teste, há avaliação do peristaltismo e verifica a resposta dos esfíncteres frente à pressão e extensão de relaxamento. 
– phMetria de 24 horas: esse exame avalia o pH gástrico e fornece informações sobre quanto tempo durou cada refluxo, quantas vezes ocorreu e os resultados dele. Dessa forma, é possível classificar o refluxo como: 

Tipo de refluxo 

Refluxo ortostático (em pé) 
Refluxo supino (deitado) 
Refluxo fisiológico 
< 8,2% 
< 3,0% 
Refluxo ortostático 
> 8,2% 
< 3,0% 
Refluxo supino 
< 8,2% 
> 3,0% 
Refluxo combinado 
> 8,2% 
< 3,0% 


– Cintilografia: nesse caso o paciente ingere uma substância radioativa inofensiva que permite que uma imagem seja gerada através da radiação emitida. 


Complicações DRGE 

A exposição constante do esôfago ao suco gástrico ácido pode ocasionar ulcerações no esôfago, diminuição do diâmetro esofágico causado pela cicatrização das úlceras, alterações na mucosa esofágica que aumentam a probabilidade de câncer (condição conhecida como esôfago de Barrett). Homens caucasianos têm maior risco de desenvolver esôfago de Barrett.
Outra complicação importante é a esofagite que aparece em cerca de 50% dos pacientes com DRGE. Essa condição pode ser classificada como segue: 

– Grau I: eritema 
– Grau II: erosões lineares não confluentes 
– Grau III: erosões circulares confluentes 
– Grau IV: estreitamento do lúmen esofágico ou esôfago de Barrett. 

A síndrome de Barrett aumenta em um fator de 30, o risco de desenvolver câncer de esôfago. 

Tratamentos DRGE 

O principal tratamento é o medicamentoso, que na maioria das vezes depende da ingestão dos inibidores da bomba de próton (por exemplo, omeprazol), diminuindo a produção de ácido gástrico.
Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária, geralmente realizada por laparoscopia. 

Algumas drogas usadas são: 

– Antiácidos: neutralizam o excesso de ácido produzido pelo estômago. Alguns medicamentos antiácidos possuem como base o hidróxido de magnésio e hidróxido de alumínio. Outros medicamentos são: carbonato de cálcio e bicarbonato de sódio. 
– Bloqueadores do receptor H2 de histamina: reduzem a quantidade de ácido produzido. Como exemplos temos: ranitidina, cimetidina, amotidina e nizatidina. 
– Inibidores de bombas de prótons: são mais potentes que os inibidores H2 de histamina e têm ação mais prolongada. Nessa classe temos o omeprazol, lansoprazol, esomeprazol e rabeprazol. 
– Pró-cinéticos: esses medicamentos aumentam a pressão do esfíncter esofagiano e melhoram o esvaziamento gástrico. Nessa classe temos a metoclopramida, bromoprida, cisaprida, eritromicina e domperidona. 
O médico pode associar medicamentos para uma melhor resposta clínica do paciente. Além disso, diferentes esquemas terapêuticos são adotados na terapia de manutenção. 
Fitoterapia DRGE 
Algumas plantas medicinais podem ajudar a controlar os sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico e produção de ácido. Alguns exemplos:

– Camomila 
– Alcaçuz 
– Espinheira-santa 
– Beldroega 
– Gengibre 
– Cenoura 
– Batata 
– Alga Carolina 

Homeopatia DRGE 

Medicamentos homeopáticos podem ser utilizados nessa doença crônica. Alguns dos produtos indicados pelos médicos são:

– Argentum Nitricum 6CH 
– Lycopodium 6CH 
– Manganum 6CH 
– Pulsatilla 3CH 
– Capsicum 3CH 

Sempre consulte um profissional homeopata antes de tomar uma medicação por contra própria. 
Dicas DRGE 

Algumas dicas podem ajudar a controlar e até mesmo prevenir os episódios de Doença do Refluxo Gastresofágico.

– Eleve a cabeceira da cama em cerca de 30 graus. 
– Evite após as refeições. 
– Controle o peso. 
– Reduza o consumo de álcool e cigarro. 
– Siga corretamente as instruções médicas e tome os medicamentos sempre nas horas adequada e indicada. 
– Fique atento aos fatores que desencadeiam as crises de refluxo e tente evitá-los. 
Prevenção DRGE 

Algumas dicas de prevenção da doença e dos episódios de DRGE:

– Mantenha uma alimentação saudável. Evite gorduras e excessos. 
– Evite o consumo exagerado de frutas cítricas. 
– Pratique exercícios, eles ajudam a manter uma vida saudável e controlar o peso. 
– Evite fumar. 
– Consuma álcool moderadamente. 
– Cuidado com alimentos muito condimentados e com temperos exóticos. Eles podem aumentar a produção de ácido pelo estômago. 
– Evite usar roupas muito apertadas ou cintos na região abdominal. 
– Cuidado com o consumo de café e produtos com cafeína. Esse composto aumenta a produção de ácido gástrico. 
– Não deite ou sente logo após as refeições. 
– Em alguns casos é necessário subir o travesseiro na hora de dormir, de forma que a cabeça fique um pouco mais elevada. 
– Evite comer grandes quantidades de comida. Ao invés disso, faça pequenas refeições regulares. 
– Reduza o consumo de refrigerantes. Eles possuem muito ácido e podem piorar o quadro de azia e DRGE.

Consulte um médico para receber orientação Observação: as informações exibidas descrevem o que geralmente acontece com uma condição clínica, mas não se aplicam a todas as pessoas. Essas informações não são uma consulta médica. Portanto, entre em contato com um profissional da área de saúde se você apresentar um problema médico. Se você acredita ter uma emergência médica, ligue para seu médico ou para um número de emergência imediatamente.

Fontes:
http://m.diariodigital.com.br/

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