quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Dia a Dia - Sarah "Saartjie" Baartman - 201 anos de sua morte - Uma história de preconceito ao extremo


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                                    (Todas as imagens utilizadas neste texto, são do filme "Vênus Negra")

Dia a Dia - Sarah "Saartjie" Baartman - 201 anos de sua morte

Jamais podemos nos esquecer, da história que "chegou ao fim" em 29 de Dezembro de 1815, de uma mulher de origem africana, que teve sua vida aos 26 anos de idade terminada. Seu nome era Sarah "Saartjie" Baartman, e no século XIX, ou especificamente em 1810 teve o rumo de sua vida transformado para sempre.
Segundo alguns estudiosos, Sarah nasceu e viveu até 1810 na província oriental do Cabo, na África do Sul e o ano de seu nascimento seria 1789, sem a informação precisa do dia e mês. Sua vida sempre fora marcada por dificuldade e sofrimento, pois é provável que sua mãe teria falecido quando ela tinha 2 anos de idade, e seu pai, um criador de gado, faleceu quando era ela adolescente. Para viver, Sarah se tornou empregada doméstica na cidade do Cabo. Vivia com um homem, e com este, teve um bebê que prematuramente morreu. Como se não bastasse, o pai de seu bebê foi assassinado por um colono holandês, e daí pra frente, tudo mudou. 
Sarah era iletrada/analfabeta e mesmo assim, teria assinado um contrato com um inglês chamado Hendrik Cesars, dono da casa que trabalhava e quem lhe prometera que seria uma atriz em espetáculos na Inglaterra. Porém, Sarah ao chegar em Londres, foi feita como atração em espetáculos e recebeu o nome artístico de ‘’Vênus Hotentote’’, em uma referência aos khoikhois e aos san, os principais membros de um importante grupo populacional africano, os khoisans. Os ingleses presentes no espetáculo se divertiam às custas das formas ‘’desproporcionais’’ de seu corpo e consequentemente, a ridicularização de sua pessoa.
Usava uma roupa de tecido fino, algumas vezes aparentando a cor de sua pele, e era permitido que tocassem em seu corpo, e em suas nádegas, para verificarem se era realmente de verdade; além de alguns solicitarem um encontro íntimo com ela, oferecendo dinheiro para seu empresário. Era colocada em uma jaula e ficava lá de dentro rugindo. Após isso, Hendrik a soltava e a segurava com uma espécie de coleira, a tratando como se fosse um animal selvagem adestrado, com danças e rugidos, apresentada como ‘’a selvagem do continente negro’’.

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Posteriormente, foi atração também em Paris, onde cientistas analisavam e calculavam suas medidas, segundo eles, com fins científicos. Após o declínio de suas atividades em apresentações por perda de público, por não ser mais novidade, ela teria se prostituído, e posteriormente faleceu com apenas 26 anos, provavelmente por uma doença inflamatória, uma pneumonia, sífilis ou provinda do alcoolismo, pois para realizar suas apresentações, bebia e fumava constantemente.

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Após a sua morte, suas partes íntimas, cérebro e esqueleto, foram colocados em frascos para serem expostos no museu do homem, em Paris, até 1974. Em 1994, Nelson Mandela solicitou aos franceses, a repatriação de seus restos mortais, pedido que só fora atendido em 2002, por algumas razões. Ela foi enterrada em Agosto do mesmo ano, na província Hankey, onde vivia anteriormente.
Muitos livros sobre sua vida foram escritos, e até filmes foram produzidos, e um deles é o ''Vênus negra’’, que retrata muito bem seus últimos anos de vida na Inglaterra e França.
Hoje, dia 29/12, completa 201 anos de sua morte, e com certeza, não vai ser o tempo que vai fazer apagar a memória e relatos de sua terrível penúria.

Daniel Natali

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